RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL:
IMPORTÂNCIA PARA EMPRESA E SOCIEDADE
Alexsandro Wanderson
Aline Cristina
Anderson Alves
Danielle Carla
Felipe Nunes
Gilson Rafael
Givanildo
João Maurício
Patrícia Celestino
Sabrina Guedes
INTRODUÇÃO
A
responsabilidade social empresarial (RSE) é uma tendência mundial. O movimento de algumas empresas não deve ser
confundido como um mecanismo de ação caridosa, que utiliza a filantropia como
forma de consolação dos seus sentimentos por obterem lucros fáceis, à custa da
exploração do trabalho das pessoas e dos recursos naturais abundantes. Estas
ações surgem motivadas por dilemas éticos que se apresentam cada vez mais
fortes diante da elevação dos níveis de consciência popular.
• Os primórdios da responsabilidade social das empresas e a Definição do
termo responsabilidade social.
Desde
os primórdios da civilização encontramos exemplos de cooperação. O homem
primitivo que se sustentava a partir da caça, tinha comprometimento com o
grupo. O produto da caça era repartido entre todos. A partir do momento em que
se fixou na terra, que começou a plantar e a domesticar animais, sempre havia o
sentido de cooperação, de proteção, de responsabilidade com todo o grupo.
Conceito: Entende-se
por Responsabilidade Social Empresarial
o comprometimento e o compromisso de uma empresa com relação à sociedade, a
partir de todas as ações que afetam os indivíduos e organizações, envolvendo
também, e principalmente, a prestação de contas para essa mesma sociedade. A
postura ética da organização, que envolve de forma ampla o crescimento
econômico com sustentabilidade, são componentes básicos da estratégia de uma
empresa socialmente responsável.
• Avaliação do desempenho social das
empresas
Qualquer
empresa, independente de seu porte, se capital aberto ou fechado, pública ou
privada, é legalmente obrigada a prestar constas de suas operações financeiras
através de instrumentos que possibilitem medir o desempenho social e contábil.
Na
responsabilidade social do setor privado, há uma crescente movimentação em prol
do desenvolvimento de indicadores e instrumentos que permitam medir condutas
socialmente responsáveis das empresas através de instrumentos específicos de
avaliação de desempenho social, pois a cidadania corporativa requer
transparência e responsabilidade.
• Meios de Avaliação da responsabilidade
social das empresas
Um
dos modelos de avaliação social das empresas em relação a responsabilidade
social divide esta em quatro critérios: econômico, legal, ético e
discricionário, que juntos avaliam esta questão.
Critério
de responsabilidade econômica:
O
objetivo é produzir bens e serviços que a sociedade deseja para maximizar os
lucros para seus proprietários acionistas. Ou seja, a empresa deve unir seus
interesses econômicos as expectativas da sociedade.
Critério
de responsabilidade legal: um
comportamento empresarial adequado onde as metas atingidas sejam legalmente
aceitas pela sociedade e pelas leis. Ou seja, que a empresa seja regida por
regulamentos, leis e padrões aceitos pela sociedade.
Critério
de responsabilidade ético:
inclui comportamentos não necessariamente previstos por leis, que podem não
acarretar ganhos econômicos, mas que pressupõem equidade, justiça e
imparcialidade e respeita os direitos individuais.
Critério
de responsabilidade discricionária: é o critério mais elevado
de responsabilidade social, mas é o último a ser levado em conta. Talvez por
ser puramente voluntária e orientada pelo desejo da empresa em fazer alguma
contribuição social não imposta pela economia, pela lei ou pela ética, inclui
contribuições que não ofereçam retornos para empresa e nem mesmo são esperados.
Todos
estes critérios juntos possibilitam avaliar o desempenho social, mas se um
deles falhar descaracteriza o modelo e assim não será válida.
Outro
modelo que também contribuí para avaliar o compromisso e a transparência das
empresas com a responsabilidade social é o Balanço Social. Implementado na
França, desde 1977, e desde então tornou seu uso obrigatório em todas as empresas
com mais de 750 funcionários.
O
balanço social recapitula num só documento os principais dados quantitativos,
permitindo apreciar a situação econômica da empresa no domínio social,
comportando informações sobre o emprego, as remunerações, as outras condições
de trabalho, as relações profissionais e suas famílias, na medida em que estas
considerações dependem da empresa.
Em
resumo, Balanço Social é um instrumento que reúne um conjunto de informações
sobre as atividades de caráter social e não obrigatórias que uma empresa
realiza com o objetivo de gerar maior bem estar junto a todas as partes
interessadas – funcionários, comunidade, parceiros e outras. As informações são
mensuradas e apresentadas em forma de relatório. Tal como no balanço contábil,
torna-se documento que permite um aperfeiçoamento contínuo das ações
realizadas.
Há
ainda três áreas de inovação que podem ser auditadas nos demonstrativos
corporativos relativas à responsabilidade social: o meio ambiente, a ética e o
impacto social.
Responsabilidade
social auditoria ao meio ambiente: Desde a década de 60,
determinados grupos da sociedade têm questionado sobre o esgotamento dos
recursos naturais do planeta, em função da utilização intensa pelo setor
produtivo. Daí surgiu a necessidade urgente de regular as atividades nocivas ao
meio ambiente. A primeira lei de proteção ambiental surgiu nos EUA em 1968,
onde obrigava as empresas a apresentar um relatório sobre os impactos
ambientais de suas operações. E também podemos salientar a série ISSO 14000, de
1996, norma globalmente conhecida que, através de avaliações sistemáticas e
periódicas, audita e certifica o desempenho das organizações em relação a
gestão ambiental.
Responsabilidade
social auditoria ética e social: são ferramentas de gestão
empresarial que diferem em relação aos públicos avaliados, interno ou externo.
A auditoria ética é essencialmente interna, refere-se a uma forma de ouvir as
idéias especialmente dos funcionários das empresas, em relação a como a empresa
se comporta, o que faz e como faz. Já a auditoria social avalia e
responsabiliza das organizações pelo impacto social causado.
Enfim,
os modelos e indicadores e normas apresentados possibilitam conhecer alguns dos
principais instrumentos mundialmente conhecidos e aceitos para mensurar e
orientar as empresas na incorporação de uma gestão socialmente responsável.
As
empresas são consideradas poderosos agentes de desenvolvimento econômico e,
portanto, têm um papel social fundamental e pode influenciar os rumos da
sociedade para caminhos que contemplem melhores condições de vida e bem-estar
coletivo, qualidade de vida e sustentabilidade do planeta.
• Compromisso das empresas com a
responsabilidade social;
As
discussões nos meios acadêmicos e empresarial, favoráveis ou desfavoráveis em
termos conceituais e operacionais, sobre a responsabilidade social no mundo dos
negócios, apresentam questões de origem econômica, ética, doutrinária e social.
Os argumentos econômicos contrários
à opção ou até à obrigatoriedade da empresa em investir em outras áreas que não
seja a economia são definas por Fridman(1970), que considera como única função
da empresa gerar lucro aos seus acionistas.
Questões referentes aos lucros, aos
custos e à produtividade também são tidas como argumentos desfavoráveis a
responsabilidade social, se não tiverem bem esclarecidas às empresas(TOMEI,
1984). Em relação lucro, poderia
representar um argumento contrário à prática da responsabilidade social se não
for devidamente esclarecido ao setor privado que um comportamento socialmente
responsável não é uma oposição ao comportamento maximizador de lucro(MOTTA apud
TOMEI, 1984).
A questão dos custos e da
produtividade vem à tona quando a empresa estabelece objetivos sócias cujos
investimentos realizados geram custos que, no curto prazo, precisam se
absorvidos pela organização. Além disso, ao envolver-se em objetivos sociais a
empresa pode desviar a atenção da produtividade econômica e dividir interesses e atenções, resultando
em menor produtividade. Sob esta ótica, responsabilidade social poderia
comprometer o papel econômico da empresa na sociedade.
Assim, um comportamento socialmente
responsável por parte da empresa até pode gerar custos financeiros, o que
poderia, no curto prazo, representar um argumento desfavorável à
responsabilidade social das empresas. Mas, em função de expectativas da
sociedade em relação às empresas cumprirem seu papel social essa atitude
melhora a imagem pública da empresa, que é valorizado junto à sociedade, o que
também contribui para o alcance de seus objetivos de longo prazo ou seja ser
socialmente responsável, nessa ótica, contribui para a melhoria do desempenho
econômico e sustentabilidade do negócio.
Os primórdios da literatura sobre
responsabilidade social trazem a expressão doutrina da responsabilidade social
como referencia a “ aceitação voluntária de responsabilidade social dos homens
de negócios”(BOWEN , 1957, P. 15), A responsabilidade social estava associada,
assim a atos de filantropia dos executivos, voluntários e com interesses no bem
estar coletivos.
A responsabilidade social das
empresas, em seu sentido mais amplo, é a consciência ética, o agir corretamente, o compromisso de ser
“responsável” ao não tomar decisões, cujas consequências possam ferir quaisquer
interesses sócias, seja tanto em relação aos steakholders internos e externos,
mas também à sociedade como um todo. E, além disso, é “ ter responsabilidade
perante os problemas sócias que assolam o mundo, tomando atitudes concretas
para enfrentá –los , por uma questão de valor moral e ético, de compromisso
humano e social. Isto é ser socialmente responsável social.
A responsabilidade social precisa,
assim, ser assumida enquanto compromisso social das empresas, cuja tomada de
decisão e atitude devem estar baseados em princípios morais que estão acima de
quaisquer interesses privados e puramente econômicos morais que estão acima de
quaisquer interesses privados e puricamente econômicos, ou do simples
cumprimento do que está codificado pela lei, pois a empresa, além de importante
agente de desenvolvimento econômico também pode ser agente de desenvolvimento
humano e social.
O que é consenso é que a gravidade
dos problemas sócias que assolam a humanidade não pode mais passar
despercebidas, e a empresa te papel fundamental na melhoria das condições de
vida não só das partes interessadas, mais também da sociedade como um todo. Os
resultados dessas ações, desempenhadas pelas empresas, encontram no Balanço
Social o local para sua divulgação e visibilidade à opinião pública em geral.
• CULTURA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
CORPORATIVA NO TERCEIRO MILÊNIO.
Um
dos fatores determinantes para entendimento da responsabilidade social da
empresa é a cultura, pois a mesma é quem determinará em sua maior força de
expressão os reais costumes da empresa.
As empresas do terceiro milênio não
são compostas apenas de máquinas e formulário ou mesmo operações mecanicistas,
mas de pessoas e são elas que determinam o comportamento passivo da empresa, que dirá se a mesma é ética ou não, responsável socialmente
ou omissa de suas obrigações para com o planeta.
Ao afirma-se que a responsabilidade
social esta intimamente ligada à cultura (sistema de visão e de valores em cujo
contexto se dá as ações e práticas de determinada sociedade) assim definido pelos
antropólogos que explicam os valores culturais serem símbolos e regras de interpretação da realidade, estrutura
cognitiva que dizem que o humano sendo um ser social pensa e age de acordo com
o grupo em que convive. Já Segundo o Instituto Ethos: “Empresa socialmente
responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das
diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviço,
fornecedores, consumidores, comunidade, Governo e meio ambiente) e conseguir
incorporá-los ao planejamento de suas atividades, buscando atender às demandas
de todos, não apenas dos acionistas ou proprietários".
Não
podem ser consideradas empresas socialmente responsáveis àquelas que realizam
algum ato em prol da sociedade, mas que, de outra forma, não respeitam os
ditames básicos da lei.
• Tendências e desafios para a
responsabilidade social nos negócios;
O
caminho para uma sociedade sustentável requer uma nova perspectiva sobre os
impactos das decisões e ações de todos os agentes sociais. Tal perspectiva
aponta alguns desafios.
Primeiro desafio: A
avaliação do desempenho balanceado das empresas pode ser adotada como
referência à orientação a partir do diálogo social com stackeholders,
recomendado pelo padrão internacional. essa avaliação poderia atingir o chamado
resultado triplo, que inclui os aspectos ambientais, sociais e econômicos.
Segundo desafio:
Transcender as fronteiras da empresa é preciso descentralizar o debate sobre
responsabilidade social, que hoje tem a empresa como centro e origem de toda
responsabilidade passando-se a adotar novas premissas:
·
Buscar a responsabilidade social de todos os
indivíduos, organizações e instituições em suas decisões e ações na sociedade.
·
Considerar o poder de compra e consumo dos
indivíduos, das organizações privadas e publicas como fomentador de um mercado
responsável, ou seja, criar uma nova lógica de mercado que privilegie o
fornecimento por empresas que concebem seus produtos de forma socialmente
responsável.
·
Formação profissional de nível técnico e
superior para uma sociedade sustentável, proporcionando a consciência de
vivermos em uma rede de complexidade com múltiplos e simultâneos fatores
antecedentes e resultantes.
Terceiro desafio:
Transparência organizacional. As empresas, tanto permeáveis como responsivas,
deverão, a partir de normas, princípios e valores assumidos e praticados no
cotidiano no trato com os stakeholders:
·
construir relações de confiança;
·
reger suas relações por normas de conduta;
·
incentivar e adotar parcerias que agreguem
valor mutuamente;
·
tomar decisões empresariais considerando
aspectos econômicos, ambientais e sociais.
ROTEIRO
BÁSICO PARA O AUTOCONHECIMENTO DA EMPRESA QUANTO AO SEU SENTIDO PARA A RSE
Um passo necessário para a
empresa definir sua orientação estratégica quando a responsabilidade social
junto com seus Stakeholders é considerar os aspectos sociais, políticos,
econômicos, ambientais e legais presentes que estão relacionados. O conceito da empresa afetará a dimensão de
visão e de mudanças quanto à orientação estratégica para a responsabilidade
social.
A
imagem acima mostra para cada empresa visualize a raiz de sua orientação
estratégica a partir de seus valores/princípios, missão, e visão em longo
prazo, (qual é a imagem para o futuro da empresa), os quais vão ser como base
para as decisões e operações de seus negócios, expressas na conduta das pessoas
que trabalham para essa empresa.
• Roteiro para autoconhecimento.
1. Que valores e princípios a empresa
adotará quanto à sua responsabilidade
social corporativa diante de seus
públicos (stakeholders)?
a)
acionistas e investidores;
b)
agentes financeiros;
c)
pessoas físicas e jurídicas contratadas pela empresa;
d)
concorrentes;
e)
parceiros privados, estatais e não-governamentais;
f)
cadeia de compradores/consumidores (diretos e indiretos);
g)
cadeia de fornecedores (diretos e indiretos);
h)
ambiente local, regional, nacional e mundial;
i)
comunidade local;
j)
governo federal, estadual e municipal.
k)
gerações futuras de stakeholders (impacto a longo prazo);
2. Como a empresa conhece, analisa e
decide quanto aos impactos de suas políticas estratégicas e suas operações em
termos de aspectos econômicos, sociais e ambientais?
3. Até que ponto a empresa irá
formalizar e divulgar suas intenções de conduta diante de seus públicos quanto
a considerar aspectos ambientais, econômicos
sociais de suas decisões e operações (código de conduta da empresa)?
4. Quais serão os critérios para avaliar
o desempenho total e o sucesso dos negócios operados pela empresa?
a)
Aspectos econômico-financeiros, pela contabilidade clássica dos demonstrativos
analisada pelo mercado financeiro e de investimentos.
b)
Aspectos de desempenho da produção;
•
economia de recursos ambientais, humanos, financeiros, materiais e
patrimoniais;
•
eficiência na relação entre produção e recursos utilizados.
•
eficácia para atingir metas de produção;
•
programas de melhoria, além dos requisitos legais, no balanceamento de aspectos
econômicos, sociais e ambientais na operação dos negócios da empresa;
c)
Aspectos de satisfação nas relações de trabalho;
•
satisfação das pessoas físicas e jurídicas quanto ao desempenho da empresa;
•
atendimento dos requisitos legais no trato da empresa com seus diversos
stakeholders.
•
programa de melhoria no balanceamento de aspectos econômicos, sociais e
ambientais na operação dos negócios da empresa.
d)
Aspectos de contribuição da empresa para o desenvolvimento de uma sociedade
sustentável.
•
análise do ciclo de vida do produto e gestão dos processos quanto a seu impacto
social, ambiental e econômico para a sociedade;
•
educação do consumidor e demais stakeholders quanto a consumo e emprego
responsáveis pelos insumos e produtos associados ao negócio;
•
promoção da produção responsável ao longo da cadeia de fornecedores e
compradores associada ao negócio da empresa.
•
promoção e aplicação de pesquisas e fóruns para o emprego do processo de
produção e consumo sustentáveis.
• Justificativas e caminhos para a RSE;
As
transformações ocorridas nos últimos anos têm defrontado o mundo empresarial
com uma nova realidade. Preço, qualidade e bom atendimento, entre outros atributos,
eram considerados até pouco tempo um diferencial na relação da empresa com o
mercado. Hoje são consideradas condições mínimas para uma empresa sobreviver.
Em virtude da maior conscientização do consumidor e da consequente procura por
produtos e praticas que gerem a melhoria para o meio ambiente ou comunidade,
valorizando aspectos éticos ligados à cidadania, o mundo empresarial vê na
responsabilidade social uma nova estratégia para aumentar seu lucro e
potencializar seu desenvolvimento. Nesse sentido o que tem sido exigido das
empresas pelo mercado global é um comportamento ético e transparente, em que o
foco nos aspectos sociais e ambientais, visando a um desenvolvimento econômico
sustentável, ganha cada vez mais importância.
A
responsabilidade social está relacionada com a gestão de empresas em situações
cada vez mais complexas, nas quais questões ambientais e sociais são
crescentemente mais importantes para assegurar o sucesso e a sustentabilidade
nos negócios. Na mesma linha de raciocínio, afirma-se estrategicamente que as
organizações têm mudado seu foco de atuação social. O assistencialismo e a
filantropia perderam espaço para as estratégias administrativas, que visem
ações planejadas de longo prazo, nas quais o impacto e o resultado sejam
tratados de forma semelhante ao resultado econômico e financeiro. Portanto a
RSE é um movimento que está se estruturando em vários seguimentos da sociedade,
seja nas iniciativas de projetos de lei, de empresários, de mercado e da
sociedade civil organizada, o que indica que vai se consolidar nas práticas e
princípios de gestão empresarial e na lógica de atribuição de valor às empresas
pelo mercado. As empresas que ainda não assimilaram o conceito têm de fazê-lo
com urgência, pois isso passou a ser uma cobrança da sociedade e de parte do
mercado global, que cada dia diferencia mais e valoriza as empresas em virtude
de seu comportamento com o social.
• OS INVESTIMENTOS SOCIALMENTE
RESPONSÁVEIS.
Bancos
e administradores têm lançado fundos específicos, que destinam verbas para
investimento em empresas com projetos nas áreas social e de meio ambiente. Ao
mesmo tempo, analistas passaram a recomendar a compra das ações dessas
companhias. Isso tudo porque investir na responsabilidade social dá retornos
financeiros á longo prazo e representa menor risco para o investidor.
Investidores estrangeiros tem pautado suas ações em informações sobre as
práticas sociais e ambientais de empresas brasileiras.
O crescimento dos investimentos socialmente
responsáveis reforça a relação entre a responsabilidade social e a valorização
dos papéis da empresa. Os investimentos socialmente responsáveis representam um
produto criado para atender a um pequeno mais cada vez maior, nicho de
investidores com preocupações éticas em todo o mundo.
Em
novembro de 2000, um grupo de 39 importantes investidores financeiros,
gerenciando um patrimônio de mais de U$ 140 bilhões, enviaram uma carta aos
CEOs das 500 maiores companhias norte americanas solicitando que eles adotassem
relatórios ambientais. Isso vem indicando uma crescente influencia do desempenho
sobre o sucesso financeiro e o valor apropriado pelos acionistas.
Dentro
da tendência internacional de criar fundos de ações de investimentos
socialmente responsáveis, foram lançados no brasil, em novembro de 2001 pela
ABN fundos Ethical. Trata-se de fundos de ações compostos por organizações
listadas nas bolsas de valores do país, inédito no Brasil, e pioneiros no
mercado Latino-Americano. Esses papéis
são escolhidos conforme a responsabilidade das empresas para com todos os seus
acionistas, credores, funcionários, clientes, fornecedores, governo, comunidade
e sociedade.
O
objetivo dos fundos é investir em ações de empresas que possuam práticas que
evidenciam preocupação com aspectos sociais e/ou relacionados à proteção do
meio ambiente e/ou que adotem, voluntariamente, boas práticas de governança
corporativa.
A
seleção das empresas que compõem os fundos compreende a avaliação de desempenho
(que inclui aspectos econômico-financeiros), práticas ambientais, práticas
sociais internas e externas e qualidade da governança corporativa. As
informações são fornecidas pelas empresas por meio de um questionário com 64
questões, que delineia um quadro das práticas corporativas. Após a análise das
informações, as empresas selecionadas passam pelo crivo do conselho consultivo,
um grupo composto por membros independentes com experiência em responsabilidade
social, ambiental, e governança corporativa que auxiliam o administrador do
fundo nessas questões podendo inclusive sugerir ou vetar alguma ação da
aplicação financeira. São automaticamente excluídas do fundo as empresas dos seguintes
setores: fumo, bebidas alcoólicas, energia nuclear, armas e munição,
pornografia e jogos de azar.
A
intenção do banco real/Abn Anro é incentivar e disseminar o conceito de
investimento socialmente responsável no mercado financeiro brasileiro como um
todo, pois, na visão do banco, não se trata somente de um produto de
investimento, mas principalmente da conscientização, de que, quando se investe
em um fundo composto por ações de empresas que se preocupam com o meio ambiente
e com a sociedade, na verdade está se estimulando as empresas a produzirem sem
agredir o meio ambiente e a respeitarem seus funcionários, a comunidade e a
sociedade. Dessa forma, tenta-se demonstrar que todos tem o poder de interferir
direta ou indiretamente na construção de um futuro melhor.
Já
o Unibanco desde Janeiro de 2001 está fornecendo á seus clientes investidores
estrangeiros informações sobre as práticas sociais e ambientais das empresas
brasileiras. O banco tem trabalhado em um setor que pesquisa empresas com ações
nas bolsas de valores. Por meio de relatórios voluntários, respondidos por
empresas nacionais, expõe dados referentes ao seu comportamento social, que
recomendam ou não a compra de suas ações.
• Como
mensurar o desempenho social das empresas;
O aparecimento de orientações sobre as políticas
de responsabilidade social, índices e classificações relativamente aos
comportamentos socialmente responsáveis, bem como o crescente interesse e
intervenção de organismos de âmbito regional e internacional, nomeadamente a CE
e a OCDE, denotam a crescente consciencialização das questões sociais ao nível
dos negócios das empresas.
Indicadores desempenho social são avaliados;
Condições
de trabalho
-
Levar em conta as boas condições de segurança e saúde no trabalho;
Questão
ambiental
- Parte dos lucros investidso em
melhoria ambiental;
- Controle de insumos usados na
produção diária;
- Controle da poluição
Responsabilidade
sobre o produto
Números de medidas implementadas
com objetivo de melhora o produto, média de reclamações dos clientes
insatisfeitos com o produtos.
Perfil
dos empregados e a diversidade
Media de Estagiários, e pessoas com deficiência
na empresa.
O DSE (desempenho social empresarial) está
relacionado mais com os meios do que com os fins da atividade empresarial. O
resultado financeiro, o volume de vendas, a quota de mercado ou a valorização
do capital são indicadores que medem a concretização dos fins a que se destina
a atividade da empresa. O DSE espelha a forma como a empresa, no desenrolar da
sua atividade, utiliza os recursos disponíveis e promove o seu desenvolvimento,
transfere meios para apoiar causas sociais, protege e respeita o ambiente e a
comunidade envolvente (Miles, 1987). Destaca-se, por exemplo, no âmbito do DSE,
o tratamento justo e responsável dos trabalhadores, as práticas transparentes,
a limitação dos desperdícios e da produção de matérias poluentes ou os
donativos e apoio a obras e iniciativas comunitárias de índole social, cultural
ou desportiva.
Ativos mais velhos, mais problemas ambientais
isso significa dizer que verificou quando levada em consideração a idade das
empresas com ativos, gestores mais velhos, têm as taxas de responsabilidade
mais baixas. A explicação se da porque empresas mais antigas foram construídas
numa época onde a regulamentação era menos severa.
O terceiro ponto é que o desempenho financeiro da
empresa influencia a responsabilidade social e não ao contrário. Um bom
desempenho financeiro garante que empresas galgadas com responsabilidades
sócias invistam em comunidade, políticas públicas e bem estar social.
As
preocupações de natureza social e ambiental são uma realidade há já algumas
décadas. A crescente globalização das economias, acompanhada pelas preferências
e valores do mercado, veio acelerar todo o processo associado à definição do
conceito de RSE. O surgimento de orientações sobre as políticas de
responsabilidade social, bem como o interesse e intervenção de organismos
regionais e internacionais revelam também a crescente consciencialização das
questões sociais no âmbito dos negócios.
A relação entre a responsabilidade social e o desempenho organizacional
das empresas, em particular o econômico-financeiro, tem sido objeto de muita
investigação, todavia, sem a obtenção de resultados consistentes e conclusivos.
Na realidade, os resultados a que chegaram os vários investigadores são
contraditórios quando comparados entre si, na medida em que alguns concluem que
a relação entre o desempenho social e o desempenho econômico-financeiro é
positiva, outros que é negativa, outros ainda que a mesma é inexistente ou
neutra. Estas conclusões têm dificultado o estabelecimento de um quadro teórico
sobre esta temática. A relação positiva é na maioria dos estudos explicada pela
teoria dos stackeholders. A hipótese do impacto social é apontada como
justificadora da existência da relação causal positiva no sentido de que “um
melhor desempenho social promove um melhor desempenho econômico-financeiro”.
CONCLUSÃO
Verificamos
que a responsabilidade social nos negócios tornou-se um diferencial competitivo
necessário para alcançar mercados nacionais e internacionais. Com base nesse
ponto e em outras questões recentes, contemplam temas como ética, princípios e
valores; o contexto histórico da ética e da responsabilidade social; modelos e
relações comunitárias, financeiras, trabalhistas e de comércio, além de prestação
de contas.
BIBLIOGRAFIA
Livro: Responsabilidade Social das Empresas e o Balanço
Social.
Autor: Luiz Edgar Medeiros, Carlos Nelson dos Reis.
Editora: ATLAS
Livro: Ética e Responsabilidade Social nos Negócios. 2
Edição .
Autor: Armindo dos Santos de
Souza Te; Elvira Cruvinel Ferreira Ventu; Lilian Mara Aligleri; Roberto do
Nascimento Ferreira; Alexandre Jorge G. Cardoso; Antonio Rodrigues Alves; Adele
Queiroz; Andréa Alcione De Souza; Benilson Borinelli; Letícia Helena Medeiros
Veloso; Paulo Rogério dos Santos Lima; Patricia Almeida Ashley; Jorge Bezerra
Lopes Chaves.
Editora: SARAIVA